Um dos momentos mais interessantes das jornadas, na minha modesta perspectiva, foi a apresentação do nosso colega Paulo Lima, do 3.º ano, e Hugo Pires, topógrafo. Deu para perceber que a modelação tridimensional digital pode ser, realmente, uma ferramenta mais na análise de suportes e grafismos nos estudos de arte rupestre. Para além de ser uma técnica não intrusiva, tem vindo a ser utilizada pelos autores em diversos projectos, obtendo modelos virtuais digitais capazes de suscitar novas interpretação através do detalhe e da definição de imagens. No essencial, o método recorre a princípios fotograméticos e consiste na projecção de feixes de luz sobre uma superfície e na captura de imagens da respectiva reflexão, permitindo a medição sistemática de pontos. Foram apresentadas imagens muitos sugestivas, apesar da má qualidade da projecção, sobre a estela 1 de Salgueiros (Picote) e as pinturas rupestres do abrigo 3 do Regato das Bouças (Mirandela). Nesta última estação está já em curso um novo método de registo onde se procura colmatar os limites espectrais da visão humana conjugando técnicas de fotografia multi-espectral com o varrimento tridimensional por luz estruturada. Repito, foi uma comunicação muito interessante que fez elevar bastante a auto-estima dos estudantes de arqueologia da FLUP que se deslocaram ao Sabugal e que por isso mesmo brindaram ao momento com o próprio Paulo Lima durante a noite de sexta para sábado (bem, urge encontrar uma explicação para alguns excessos, não é?).
domingo, 25 de outubro de 2009
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