André Tomás Santos e Domingos Cruz apresentaram duas estátuas-menires da região do Alto Paiva, concretamente na Chã das Lameiras, uma depressão que foi sendo preenchida com depósitos com 3 metros de espessura. Estes planaltos no períodos atlâ ntico eram preenchidos por densos carvalhais e o local em questão seria excepção, proporcionando um ambiente húmido com pouca vegetação, como disse o André "uma espécie de oásis". A floresta até bronze final tinha capacidade para se autoregenerar. Estas estátuas terão sido feitas no III milénio, em clareiras naturais como a Chã das Lameiras. Foi detectada a presença anterior de dólmens de corredor, sendo a Orca Grande um desses dólmens, onde consta que Aquilino Ribeiro se refugiado durante algum tempo. Estátuta-menir 2 de CdasL 2 não estava na posição original, servindo de de alinhamento de pilares, encontrando-se, porém, em bom estado de conservação. A estáuta-menir 1 surgiu fincada, apresentando figura central subtrapezoidal à qual se ligam sulcos que podem corresponder a cordões ou folhos que aparecem noutras estátuas. A 2 apresenta uma cara definida com olhos nariz e boca. Na lateral, uma espada com bainha. Toucado e feixe de colares. Tem 2,32 m de altura. Estes "vales de montanha" (definição de Orlando Ribeiro) podiam incluir algumas cenografias, podendo as estátutas-menir, segundo os autores do estudo, ser uma forma de legitimação de poder das elites emergentes. Cruz divertiu a plateia quando disse que parece que os pré-históricos, à luz de algumas teses, "só tratavam dos mortos e não comiam".
Dispensado apresentações, Maria de Jesus Sanches falou das estelas de Picote-Miranda do Douro, descobertas em Agosto de 2001 e praticamente inéditas. São cinco as estelas e foram resultado de uma prospecção sistemática a propósito da Fraga do Puio. MJS referiu que Cabeço da Mina, descoberto nos anos 80, contabilizou 33 estelas ainda por estudar. Quanto ao Puio, salientou que se encontra num esporão sobranceiro ao Douro com uma diacronia que vai do calcolítico ao romano. Ali terá existido um esconderijo de armas que desapareceu, tendo sido encontradas sigilatas subgálicas e africanas e uma moeda romana do sec. IV d.c. . Na Idade do Ferro terá sido um povoado complexo de onde porvêm 2 berrões. As estelas podem inserir-se em diferentes cronologias mas é mais provável que sejam calcolíticas. Uma das estelas apareceu num muro e cumpriu também a função de dormente. Está muito danificada e só tem gravações no anverso, apresentando um olho quase naturalista com a indicação de pupila e sobrancelha. Os desenhos estão muito apagados mas poderia ter sido sugerida uma tatuagem facial. Na estação de Salgueiros foram recolhidas mais 4 estrelas nas paredes de muros, todas diferentes. A 1 com uma forma vagamente antropomórfica, a 2 com duas covinhas a marcar os olhos. As estelas de trás-os-montes, segundo MJS, apresentam grande diversidade formal e de tamanho.
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