sábado, 24 de outubro de 2009

NOTÍCIAS















Nau Portuguesa


Faz parte da tiragem de Outubro de 2009 da National Geographic um artigo sobre a recentemente descoberta (Abril de 2008) nau portuguesa na costa da Namibia. A descoberta foi feita no Parque Nacional Sparregebeit, a cerca de 400km de Windhoek (capital) por um geólogo da empresa NAMDEB de exploração de diamantes, numa mina a céu aberto. A escavação decorreu de uma parceria entre arqueólogos portugueses e namibianos. Relacionados com o projecto estiveram Francisco Alves (Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico do Ministério da Cultura, Filipe Vieira de Castro (coordenador do programa de Arqueologia Náutica da universidade do Texas A&M) Bruno Werz (Director do Instituto de Arqueologia Náutica da Africa Austral) Dieter Noli (Arqueologo responsável da NAMDEB). Começou pela descoberta de um lingote de cobre com um selo em tridente reconhecido como o de Anton Fugger (homem das finanças renascentista). O tipo de lingote era utilizado na compra de especiarias da India. Não era o único. Saíram do solo 22 toneladas de lingotes de cobre. A estes juntam-se canhões, espadas, vários astrolábios e muito ouro (moedas portuguesas, espanholas, venezianas e mesmo islâmicas, numismas que se descobrem uma vez na vida. A nau descoberta veio a ser indentificada como sendo, provavelmente, a Bom Jesus. Isto é justificado pela datação das moedas achadas. Os «portugueses» encontrados foram cunhados principalmente entre 1525 e 1538 (do tempo de D. João III), moedas que desapareceram de circulação, sendo fundidas. As moedas encontradas parecem estar em bom estado, "novas em folha" segundo o artigo. Isto aliado a algumas referências da época, em que é referida uma frota de caminho da India que perdeu uma nau, devido a uma tempestade perto do Cabo da Boa Esperança faz com que o nome a atribuir seja a de Bom Jesus, naufragada em 1533. Este é um bom exemplo de cooperação entre países com História em comum, onde é aplicado uma área da arqueologia pouco divulgada em Portugal: a náutica e subaquática. O artigo, escrito por Roff Smith (e fotografia de Amy Toensing) está publicado na edição de Outubro, 2009 na National Geografic Portugal na página 56 e pode ser consultado na página http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=2013814

ANDRÉ SERDOURA

Sem comentários:

Enviar um comentário