sábado, 31 de outubro de 2009

Cruzador orgulhoso e.....abatido







Cruzador D. Carlos I (Almirante Reis após 1910)


Quem lê sobre combates náuticos da época contemporânea não pode deixar de ouvir falar dos Cruzadores. Estas embarcações de alto mar foram desenhadas para serem mais protegidas que as Fragatas e operariam isoladas de uma esquadra. Começam por surgir quando é adoptado o vapor como meio de locomoção (aparecendo ainda no início com um misto de velas e caldeiras). Ao longo do século XIX vão sendo armados com artilharia mais e mais avançada. É durante o apogeu do seu "tipo" de navio que surge o cruzador couraçado D. Carlos I. O seu lançamento dá-se em 1898 e entra em serviço no ano seguinte. Torna-se um exemplar interessante pois é o primeiro navio da marinha portuguesa a possuir comunicação sem fios. Na altura do seu lançamento era o mais poderoso cruzador protegido do mundo! Noutro plano era talvez tão tecnologicamente avançado para a época como é para nós agora o USS Nimitz.



Estava armado com:

- 5 peças Armstrong mod. 1895 cal. 152mm
- 8 peças de cal. 120mm
- 14 metralhadoras Hotchkiss mod. 1886 cal. 44mm
- 2 metralhadoras cal. 37mm
- 3 metralhadoras 6,5mm
- 5 tubos lança-torpedos

A sua "vida" pouco reflectiu a sua grande qualidade. A sua manutenção era descuidada (as caldeiras precisavam de substituição). O seu final foi triste. A instabilidade financeira trazida pela implantação da República não permitiu investimentos no navio. Finalmente, em 1925, é rebocado até a Holanda onde é desmantelado (ou abatido, conforme o termo que preferirem).

O aspecto da embarcação era grandioso. Com o casco pintado de preto, chaminés em "bronze" e a rematar, na sua proa, exibia-se o escudo de armas português, em cores de dourado. Seria, se ainda existisse, uma excelente peça de conservação, à semelhança de muitas naus ainda mais antigas, mas que se exibia como testemunho do impacto da industrialização na Marinha.

Publicado por André Serdoura

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

E DURA!

Via romana em Espanha. Não é uma Scut mas ainda suporta a circulação de pesados.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MITOLOGIA NÓRDICA



"Valquíria Valhalladur é escritora, autora do livro “As Moradas Secretas de Odin”, publicado pela Madras Editora do Brasil, sendo também jornalista no âmbito desportivo. Descobriu a Tradição Nórdica através das Runas e desde logo iniciou investigações esotéricas neste dominio, recorrendo às obras de reputados runólogos ingleses e americanos. Face à inexistência de informação credível em português e ao facto de se tratar de um tema emergente, entendeu ser a hora de partilhar o seu conhecimento. Participou nas workshops ministradas por Paul Uccusic, director europeu do Shamanic Studies Foundation, experiência que ainda desenvolve e que a ajudou na compreensão das raízes da religiosidade dos antigos povos germanos."
Eis uma pequena síntese biográfica sobre a minha colega jornalista Cristina Aguiar, que já se disponibilizou para vir à Flup falar de mitologia nórdica, área na qual é, garanto, uma grande especialista. Penso que o tema poderá interessar a muitos de nós.

A RELAÇÃO DA ARQUEOLOGIA COM DEUS

CONVITE:
DIA 2 DE NOVEMBRO 15H, SALA DE REUNIÕES PISO2 DA FLUP.
CONFERÊNCIA COM FRANCISCO DE ALMEIDA GARRETT.

MAIS INFORMAÇÕES EM GRUPODEARQUEOLOGIADOPORTO@HOTMAIL.COM

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

EXPLORANDO SIEGA VERDE (e não só)

A cabra comeu o lobo...

Carlos Vazquez detalhando as gravuras e a sua envolvente

Alfredo registando o registo e a Ana sempre atenta

Atracção fatal pelo homem pré-histórico...

No rasto do passado...

Reportagem fotográfica de ANTÓNIO PEDRO FREIRE

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ateliê "Pão de Bolota" na Exposição "O Rio da Memória"




Para aqueles que simplesmente não terão grande coisa para fazer amanhã de tarde aqui fica uma dica:
Decorrerá um Ateliê "Pão de Bolota" na Exposição "O Rio da Memória" no dia 28 de Outubro de 2009 na Galeria Nave dos Paços do Concelho de Matosinhos.
A realização segundo as técnicas utilizadas na Idade do Ferro está enquadrado nas iniciativas paralelas da exposição "O Rio da Memória" e decorrerá pelas 15h00.
Espero que se divirtam :)

VAI DE MOTA


Eis a primeira reconstituição, necessariamente criativa embora baseada em exemplos estudados, da mota de Perafita ou, se quiserem, de Adaufi. Trata-se da primeira estrutura deste género encontrada em Portugal e tem, por isso, uma importância enorme. Há muito tempo que o professor Mário Barroca andava à procura desta mota mas finalmente ela parece ter sido encontrado. Tudo indica que se encontra junto a um bairro social da freguesia de Perafita, a oriente do saída do IC1 para o aeroporto (sentido Sul-Norte), num terreno onde é visível a mamoa que a identifica. Falta agora o mais importante: confirmar a descoberta e proceder aos trabalhos arqueológicos. Para breve está marcada uma visita ao local dentro do programa da exposição "Leça - o Rio da Memória". Desta mota há notícia, segunda Barroca, num documento de 1038, onde surge com o nome de mamoa de Adaúfi ou Monte Belo. As primeiras notícias de motas surgem sobre a viragem do primeiro para o segundo milénio, no auge da feudalização, sendo um fenómeno corrente no vale do Loire e no vale do Reno. Mais baratas que um castelo e mais fáceis de construir, foram também solução adoptada na Grã-Bretanha, onde surgem referências em 1066. Há notícias de motas até 1154. Trata-se de um monte artificial com um fosso à volta, com uma paliçada de madeira e muitas vezes com páteo. Localizavam-se nem sempre em montes elevados mas sobretudo em zonas estratégicas (portelas, por exemplo). Neste caso de Adaúfi estaremos perante uma estrutura que podia proteger o abastado proprietário e os seus trabalhadores de ataques vindo da orla costeira, bem próxima. Nem todas as motas eram estruturas militares e uma delas foi identificada em Ponte de Lima, funcionando como levada de água.

1º Sessão do Grupo de Arqueologia do Porto

Na mesa, Ana Abrunhosa, João Madureira e André Serdoura

O GAP aposta na cultura e "empregabilidade"

Foram muitos os alunos de Arqueologia e História que assistiram na passada quinta-feira à apresentação do Grupo de Arqueologia do Porto, no Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Os responsáveis pelo GAP afiançam que a aposta do grupo, em sintonia com história, será a de aumentar a cultura e o currículo com vista a futuros empregos nestas áreas.

Nesse sentido, no decorrer da sessão foram apresentados dois blogues que concentram um vasto leque de informação sobretudo ao nível arqueológico bem como um calendário de actividades para o ano lectivo 2009/2010.

João Madureira, fundador do GAP, relaciona o aparecimento do movimento com a falta de iniciativas na área.

“Pretendemos que este Grupo se afirme principalmente para obter uma dinamização do norte de Portugal para estas duas áreas”, concluiu.



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

E AGORA...


...ALGO COMPLETAMENTE DIFERENTE


Está um homem camuflado nesta foto. Descobre-o. Pode parecer que não mas isto interessa muito à metodologia do nosso estudo

SIEGA VERDE


Seis estudantes de arqueologia da FLUP mais uma de Coimbra estiveram no passado sábado, depois das IV Jornadas Raianas, em Siega Verde, onde, devido ao adiantado da hora de chegada, só puderam ver os painéis de 1 a 5 desta estação de arte rupestre paleolítica. O guia Carlos Vazquez foi o nosso excelente cicerone e este acolhimento, que se estende também à coordenadora do sítio, não podia ficar em claro, pelo que lhe enviei um mail de agradecimento, de que tive esta resposta:
Buenas Noches. Muchas gracias y yo soy el primero en alegrarme porque os haya gustado la visita que hicisteis el Sábado.Me encantaría que me enviarais alguna de las fotos que hicisteis. Me gusta guardar aquellas en las que los grupos se muestran atentos (como estuvisteis vosotros) e interesados. Os lo agradecería. Espero que nos volvamos a ver en Siega Verde.Estaré atento a vuestro Blog.Un saludo para usted y sus compañeros.(y gracias por las palabras que aprendí en portugués)Carlos.
Do pouco que vimos ficou muita vontade de ali voltar, talvez quando Siega Verde já esteja classificada, como merece, como património da humanidade. A expectativa é alta e o relatório de Martino Baptista e de J. Clottes parece ser altamente favorável. A cerca de 80 quilómetros do Côa, distância que um paleolítico com o pulmão do Carlos Lopes podia percorrer num dia, Siega Verde tem muito a ver com as "nossas" gravuras, embora provavelmente a sua antiguidade não ultrapasse os 18000 BP. Como se sabe, Siega Verde foi descoberta um ano antes do Côa, durante uma prospecção que nada tinha a ver com o assunto. Um dos habitantes é que acabou por assinalar a existência de um painel, por acaso na horizontal, junto ao rio Águeda. Já em plena meseta, Siega Verde localiza-se no curso médio-alto do rio Águeda (afluente do Douro) numa zona geológica dominada por uma mancha xistosa. Quase todos os painéis, excepto um, estão na margem esquerda. Há para ver 443 figuras rupestres paleolíticas, sendo 244 animalistas, com a técnica de picotagem indirecta a dominar (72% do total).


XAMANISMO

Está nas bancas o almanaque pagão de 2010. Os iconoclastas devem estar a perguntar: e? Cito apenas George Steiner: "O nosso clima psicológico e social é o mais infectado pela superstição desde o declínio da Idade Média".

O CASTELO DO SABUGAL


Num momento em que ainda havia estelas no céu do Sabugal, decidimos abandonar o auditório para visitar, ali ao lado, o castelo do Sabugal. Não foi uma visita completa por causa do tempo e também de uma aranha que mordeu o pé do guia e que o deixou incapacitado para nos acompanhar até ao alto da torre de menagem, de onde disparei, através do telemóvel, esta foto que nos dá conta de toda a potência da estrutura defensiva (e ofensiva) deste castelo exemplar que o povo canta como o melhor de Portugal. Também consagrado na poesia popular assim:
Castelo de cinco quinas
Na no há em Portugal
Sendo ó cimo da Coa
Na vila do Sabugal
O castelo está muito bem conservado e tem no seu "miolo" um auditório ao ar livre com uma acústica surpreendente. Passar a sua porta é sempre um momento impressivo. Quem a ele acede pela porta principal, defendida pela possante torre de menagem, não tem a mínima noção da potência das muralhas de um castelo que nem foi construído no ponto mais alto do Sabugal e que se impõe por si mesmo.

domingo, 25 de outubro de 2009

SABUGAL (4)

O Paulo preparando o "power point"


Um dos momentos mais interessantes das jornadas, na minha modesta perspectiva, foi a apresentação do nosso colega Paulo Lima, do 3.º ano, e Hugo Pires, topógrafo. Deu para perceber que a modelação tridimensional digital pode ser, realmente, uma ferramenta mais na análise de suportes e grafismos nos estudos de arte rupestre. Para além de ser uma técnica não intrusiva, tem vindo a ser utilizada pelos autores em diversos projectos, obtendo modelos virtuais digitais capazes de suscitar novas interpretação através do detalhe e da definição de imagens. No essencial, o método recorre a princípios fotograméticos e consiste na projecção de feixes de luz sobre uma superfície e na captura de imagens da respectiva reflexão, permitindo a medição sistemática de pontos. Foram apresentadas imagens muitos sugestivas, apesar da má qualidade da projecção, sobre a estela 1 de Salgueiros (Picote) e as pinturas rupestres do abrigo 3 do Regato das Bouças (Mirandela). Nesta última estação está já em curso um novo método de registo onde se procura colmatar os limites espectrais da visão humana conjugando técnicas de fotografia multi-espectral com o varrimento tridimensional por luz estruturada. Repito, foi uma comunicação muito interessante que fez elevar bastante a auto-estima dos estudantes de arqueologia da FLUP que se deslocaram ao Sabugal e que por isso mesmo brindaram ao momento com o próprio Paulo Lima durante a noite de sexta para sábado (bem, urge encontrar uma explicação para alguns excessos, não é?).


SABUGAL (3)

Delegação estudantil seguiu os trabalhos com concentração absoluta
André Tomás Santos e Domingos Cruz apresentaram duas estátuas-menires da região do Alto Paiva, concretamente na Chã das Lameiras, uma depressão que foi sendo preenchida com depósitos com 3 metros de espessura. Estes planaltos no períodos atlâ ntico eram preenchidos por densos carvalhais e o local em questão seria excepção, proporcionando um ambiente húmido com pouca vegetação, como disse o André "uma espécie de oásis". A floresta até bronze final tinha capacidade para se autoregenerar. Estas estátuas terão sido feitas no III milénio, em clareiras naturais como a Chã das Lameiras. Foi detectada a presença anterior de dólmens de corredor, sendo a Orca Grande um desses dólmens, onde consta que Aquilino Ribeiro se refugiado durante algum tempo. Estátuta-menir 2 de CdasL 2 não estava na posição original, servindo de de alinhamento de pilares, encontrando-se, porém, em bom estado de conservação. A estáuta-menir 1 surgiu fincada, apresentando figura central subtrapezoidal à qual se ligam sulcos que podem corresponder a cordões ou folhos que aparecem noutras estátuas. A 2 apresenta uma cara definida com olhos nariz e boca. Na lateral, uma espada com bainha. Toucado e feixe de colares. Tem 2,32 m de altura. Estes "vales de montanha" (definição de Orlando Ribeiro) podiam incluir algumas cenografias, podendo as estátutas-menir, segundo os autores do estudo, ser uma forma de legitimação de poder das elites emergentes. Cruz divertiu a plateia quando disse que parece que os pré-históricos, à luz de algumas teses, "só tratavam dos mortos e não comiam".


Dispensado apresentações, Maria de Jesus Sanches falou das estelas de Picote-Miranda do Douro, descobertas em Agosto de 2001 e praticamente inéditas. São cinco as estelas e foram resultado de uma prospecção sistemática a propósito da Fraga do Puio. MJS referiu que Cabeço da Mina, descoberto nos anos 80, contabilizou 33 estelas ainda por estudar. Quanto ao Puio, salientou que se encontra num esporão sobranceiro ao Douro com uma diacronia que vai do calcolítico ao romano. Ali terá existido um esconderijo de armas que desapareceu, tendo sido encontradas sigilatas subgálicas e africanas e uma moeda romana do sec. IV d.c. . Na Idade do Ferro terá sido um povoado complexo de onde porvêm 2 berrões. As estelas podem inserir-se em diferentes cronologias mas é mais provável que sejam calcolíticas. Uma das estelas apareceu num muro e cumpriu também a função de dormente. Está muito danificada e só tem gravações no anverso, apresentando um olho quase naturalista com a indicação de pupila e sobrancelha. Os desenhos estão muito apagados mas poderia ter sido sugerida uma tatuagem facial. Na estação de Salgueiros foram recolhidas mais 4 estrelas nas paredes de muros, todas diferentes. A 1 com uma forma vagamente antropomórfica, a 2 com duas covinhas a marcar os olhos. As estelas de trás-os-montes, segundo MJS, apresentam grande diversidade formal e de tamanho.


sábado, 24 de outubro de 2009

NOTÍCIAS















Nau Portuguesa


Faz parte da tiragem de Outubro de 2009 da National Geographic um artigo sobre a recentemente descoberta (Abril de 2008) nau portuguesa na costa da Namibia. A descoberta foi feita no Parque Nacional Sparregebeit, a cerca de 400km de Windhoek (capital) por um geólogo da empresa NAMDEB de exploração de diamantes, numa mina a céu aberto. A escavação decorreu de uma parceria entre arqueólogos portugueses e namibianos. Relacionados com o projecto estiveram Francisco Alves (Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico do Ministério da Cultura, Filipe Vieira de Castro (coordenador do programa de Arqueologia Náutica da universidade do Texas A&M) Bruno Werz (Director do Instituto de Arqueologia Náutica da Africa Austral) Dieter Noli (Arqueologo responsável da NAMDEB). Começou pela descoberta de um lingote de cobre com um selo em tridente reconhecido como o de Anton Fugger (homem das finanças renascentista). O tipo de lingote era utilizado na compra de especiarias da India. Não era o único. Saíram do solo 22 toneladas de lingotes de cobre. A estes juntam-se canhões, espadas, vários astrolábios e muito ouro (moedas portuguesas, espanholas, venezianas e mesmo islâmicas, numismas que se descobrem uma vez na vida. A nau descoberta veio a ser indentificada como sendo, provavelmente, a Bom Jesus. Isto é justificado pela datação das moedas achadas. Os «portugueses» encontrados foram cunhados principalmente entre 1525 e 1538 (do tempo de D. João III), moedas que desapareceram de circulação, sendo fundidas. As moedas encontradas parecem estar em bom estado, "novas em folha" segundo o artigo. Isto aliado a algumas referências da época, em que é referida uma frota de caminho da India que perdeu uma nau, devido a uma tempestade perto do Cabo da Boa Esperança faz com que o nome a atribuir seja a de Bom Jesus, naufragada em 1533. Este é um bom exemplo de cooperação entre países com História em comum, onde é aplicado uma área da arqueologia pouco divulgada em Portugal: a náutica e subaquática. O artigo, escrito por Roff Smith (e fotografia de Amy Toensing) está publicado na edição de Outubro, 2009 na National Geografic Portugal na página 56 e pode ser consultado na página http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=2013814

ANDRÉ SERDOURA

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SABUGAL (2)

Começaram as IV Jornadas Raianas do Sabugal com a preseça de vários estudantes das universidades do Porto, Minho, Coimbra e Lisboa. Neste momento Raquel Vilaça fala sobre as estelas de Baraçal 1 e 2, encontradas no concelho do Sabugal, a segunda recentemente, quando foi desmontado um banco de uma casa com 150 anos. RV afirma que a concentração de estelas pode significar a existência de espaços rituais associados a alguns povoados com importância na Idade do Bronze. A estela de Baraçal 2 tem gravada uma lança, um escudo e uma espada. Referiu-se também o aparecimento de outra estela, em Aldeia Velha, referenciada pelo proprietário depois de uma visita ao museu do Sabugal, assim se provando a teoria da pescadinha de rabo na boca. Esta segunda estela tem a tríade iconográfica do costume para além da sugestão de uma face humana com capacete. Há ainda um "motivo desconhecido" que carece de interpretação cabal. O dia começou com uma apresentação, num portunhol dispensável, deMarta Diaz-Guardamino, doutoranda da universidade de Madrid, sobre iconografia, lugares e relações sociais em torno de estelas e estátuas-menir atribuídas à Idade do Bronze na Península Ibérica. Segundo a palestrante, que inventariou o espólio encontrado na metade ocidental da PI, podem ser sugeridas razões genealógicas (alianças, por exemplo) associadas aos motivos escolhidos (punhais, alabardas, espadas e escudos). Não foi uma apresentação propriamente empolgante... Seguiu-se João Luís Cardoso, um clássico, que falou sobre a estela antropomórfica dos Zebros 2 (Idanha-a-Nova). Muito interessante a proposição sobre uma possível ligação entre as placas de xisto associadas ao megalitismo e estátuas-menir como esta, na sequência de uma evolução do micro para o macro. Cardoso associou ainda concentração de estelas na zona final do Tejo em terras espanholas à exploração de cobre e de ouro aluvial nos seus afluentes.

PS - Em breve estará disponível síntese sobre quase todas as intervenções. Faltarão algumas porque entretanto impunha-se visitar o fantástico castelo das cinco quinas do Sabugal e, claro, a noite de sexta para sábado no bar "Osiris" também acabou por estragar os nossos planos quanto à actualização da temática relativa às IV Jornadas Raianas. Sobre este assunto posso garantir que não houve baixas a assinalar e que ainda deu para, hoje à tarde, um grupo de 7 estudantes, quase todos da FLUP, viajar até Siega Verde. Do que se dará também aqui relato.

SABUGAL ON LINE

O GAP vai estar representado nas IV Jornadas Raianas organizadas pela Câmara Municipal do Sabugal. Para aqueles que não podem estar presentes, iremos garantir duas actualizações diárias sobre as jornadas. Hoje, sexta-feira, e amanhã, sábado.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MARAVILHAS GEOLÓGICAS


"As mais notáveis peças das colecções portuguesas de paleontologia, de arqueologia pré-histórica e de mineralogia vão estar expostas ao público no Museu Geológico de Portugal, em Lisboa, de 27 de Outubro a 30 de Abril de 2010. Intitulada “As 27 primeiras maravilhas do Museu Geológico de Portugal”, esta exposição pretende dar a conhecer excepcionais testemunhos da história do território português e dos antepassados, animais e plantas que nele viveram ao longo de milhões de anos. “Quando já tanto se falou das maravilhas do Mundo e de Portugal, julgamos oportuno trazer a público outro tipo de “maravilhas” cuja dificuldade esteve em escolher 27 por entre tantas”, sublinhou a organização da exposição. Entre as relíquias expostas, os visitantes poderão admirar o Meteorito do Monte das Fortes (caído em Portugal em 1950), a Bacia de um Omosaurus lennieri (dinossauro herbívoro encontrado na zona de Lourinhã-Peniche-Caldas da Rainha) e o crânio de um super-crocodilo que viveu há 12 milhões de anos na actual zona de Chelas. Estarão também patentes uma árvore com cinco milhões de anos, uma flor com 470 milhões de anos, o fóssil de cão que viveu há seis mil anos e objectos de há cinco mil anos a.C, descobertas que resultaram do trabalho de sucessivas gerações de investigadores e técnicos, que começou há mais de 150 anos"
in http://www.cienciahoje.pt/

A propósito do meteorito do Monte das Fortes podem ler este interessante texto:
http://geologia.fc.ul.pt/Aulas/GeolSoc3/JFMonteiro-MET-TXT.pdf

COMEÇOU A ROLAR

Reunião preparatória da apresentação
O momento da apresentação

Durante a apresentação, hoje, do GAP, o Madureira e o André, as locomotivas deste grupo, salientaram a importância que pode ter a "ligação" do nosso grupo de arqueologia com o castro de Guifões. Trata-se de um sítio arqueológico localizado muito perto da faculdade com uma diacronia muito interessante e ainda com muita coisa para revelar. Lamentavelmente, há anos que se mantém num impasse uma hipótese de colaboração entre o Gabinete de História e Arqueologia de Matosinhos e a FLUP, no sentido de garantir uma campanha quase permanente em Guifões com alunos de arqueologia desta faculdade. Todos sabemos que a inércia é muitas vezes o pior dos males e talvez ela justifique que não tenha sido dado ainda o passo que falta. Temos esperança que o GAP o consiga dar, pelo menos é essa a sua intenção. A academia é formada por professores, alunos e funcionários e quando uma das partes não colabora não é atitude de assacar culpas ao vizinho do lado. Tal como se impõe na actividade arqueológica, há que meter mãos à obra. Desta vez com a certeza de que há grande abertura da parte da C.M. Matosinhos, cabendo agora ao GAP justificar, com acção, este seu interesse em ter no castro de Guifões uma espécie de "laboratório" e de campo de trabalho. A arqueologia deve ser esmiuçada no plano teórico mas é na prática que se confirmam as teses e que se apreende o "métier". Na parte que me toca, fico satisfeito por verificar o entusiasmo dos meus jovens colegas e no que me for possível irei colaborar com eles. Deu para perceber, na apresentação do GAP, que há a firme intenção em aproximar a academia do mundo real. Compete, agora, aos estudantes de arqueologia da FLUP agarrar esta oportunidade - participando!



terça-feira, 20 de outubro de 2009

G.A.P

SESSÃO DE APRESENTAÇÃO OFICIAL DO G.A.P - GRUPO DE ARQUEOLOGIA DO PORTO
DIA 22 DE OUTUBRO QUINTA-FEIRA àS 15H NO ANFITEATRO NOBRE DA FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO.

APRESENTAÇÃO DO GRUPO E CALENDÁRIO DE ACTIVIDADES 2009/2010.

CONTAMOS COM A TUA PRESENÇA.

Carta Arqueológica do Concelho de Meda















A Meda dispõe, agora, de um instrumento de estudo, análise e cultura: a Carta Arqueológica do Concelho de Meda, elaborada pelo arqueólogo António Sá Coixão, Ana Brígida Cruz e Paulo Vaz Simão. Esta carta coloca ao dispor uma série de locais, sítios e histórias que não vão deixar ninguém indiferente.

Mais do que um livro, é um olhar pelo passado com uma perspectiva arqueológica alargado e de grande interesse cultural.

Pós-graduação em Arqueologia Subaquática 2009/2010


Prazos Candidaturas:

3ª Fase: Aberto

http://portal.ipt.pt/portal/portal/posgradArqSub

Local de realização:

Instituto Politécnico de Tomar e

Universidade Autónoma de Lisboa

Possibilidade de progressão para mestrado, no segundo ano, oferecidos por cada uma das instituições

Contactos:

Instituto Politécnico de Tomar

Departamento de Território, Arqueologia e Património

Escola Superior de Tecnologia de Tomar Estrada da Serra, 2300 Tomar Tel. 249 328 100;

Email: alexfiga@ipt.pt

http://portal.ipt.pt/portal/portal/posgradArqSub

Universidade Autónoma de Lisboa

Centro de Investigação e Desenvolvimento do Mar da UAL

Rua de Santa Marta, 47. 5.ºandar

1169-023 Lisboa

Tel. 213177619

Email: cidmar@ual.pt ; adolfosilveira@universidade-autonoma.pt

http://cidmar.ual.pt

Escrita Ibérica


MAIS INFORMAÇÕES EM: ---> http://arqueo.org/

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PATRIMÓNIO

CASTELOS DE PORTUGAL

DOMUS DE CRISTELOS


Manuel Nunes, arqueólogo de Lousada, com quem alguns de nós estiveram a trabalhar no passado mês de Setembro, revelou a sua disponibilidade para deslocar-se à FLUP para nos falar da carta arqueológica daquele concelho (disponível na biblioteca da FLUP) e muito em especial da "domus" de Cristelos, sobre a qual já adiantou alguma informação:
"A escavação desenvolveu-se até ao final do mês de Outubro com voluntários e agora decorre com a "prata da casa". Pensamos concluir os trabalhos apenas lá para Março do próximo ano.
E os dados parecem ser interessantes, aquela área onde estivemos a escavar (no talude) acabou por revelar algumas boas supresas. Um lajeado (interior/exterior?) associado a uma estrutura habitacional. Várias fossas escavadas no saibro, e uma série de derrubes que estamos a escavar, mas que presumimos estarem ligados à estrutura que estava visível no extremo Este do talude."


Como vêem, valeu a pena o trabalho que a sachola nos deu!

SIEGA VERDE

Só para apreciarem como as coisas funcionam aqui ao lado, em Espanha, fiquem a saber que no domingo enviei um mail para o parque de arte rupestre de Siega Verde, perto de Ciudad Rodrigo, e no dia seguinte recebi a seguinte resposta:
Muy buenos días Eugenio: Estaremos encantados de recibirles el próximo sábado por la tarde en la Estación Arqueológica de Siega Verde. El horario del sábado es el siguiente: mañana de 10:00 a 14:30, tarde de 16:00 a 19:00. Les esperamos. Un saludo, KettyCoordinadora

Ou seja, para quem for sexta e sábado às IV jornadas raianas, no Sabugal, abre-se aqui a excelente perspectiva de no sábado à tarde ter uma visita guiada em Siega Verde. Eu vou lá depois do encerramento das jornadas.

FORTE DE NOSSA SENHORA DAS NEVES


Podem ver aqui: http://oportodeleixoes.blogspot.com/2009/03/o-castelo-de-leca.html
um trabalho que fiz, o ano passado, para Arqueologia Moderna e Contemporânea, sobre o "castelo de Leça da Palmeira".

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

VIAGENS NA MINHA TERRA


"Viagens na minha terra", programa do arqueólogo Joel Cleto, começou ontem, quinta-feira, no Porto Canal. Só perderá quem não sintonizar. É às quintas, às 23 horas, e repete aos sábados e domingos.
Podem também seguir o seu blogue: http://joelcleto.blogspot.com/

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MATOSINHOS HOJE, MATOSINHOS ONTEM

Na sequência da iniciativa anterior, quem tiver trabalhos ou projectos que tenham por tema a arqueologia do concelho de Matosinhos terá receptividade total do jornal semanário "Matosinhos Hoje", líder de audiências regional no Grande Porto, para aí fazer a publicação dos mesmos. A ponte para o jornal será assegurada por nós, através dos mails disponíveis e obviamente por contacto pessoal, pois estamos apenas a um passo de vivermos numa sociedade virtual mas ainda não o demos...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

JORNAL CRESCENDO - STª CRUZ DO BISPO


O Grupo de Arqueologia do Porto conta já a partir do próximo mês com uma coluna sobre arqueologia no jornal paroquial crescendo de STª CRuz do Bispo - Matosinhos.
Contamos com este tipo de intervenções chegar cada vez mais perto das populações, sensibilizando as mesmas para a importância da arqueologia e património em geral.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

NA FINITUDE DO TEMPO

Muitos já devem conhecer o trabalho de António Martinho Baptista e também o seu blog http://dafinitudedotempo.blogspot.com/ . Quem não conhece tem aqui uma oportunidade para, lendo até ao fim tudo o que lá está, aprender muito não apenas sobre a arte rupestre do nosso Côa. Para os outros, que conhecem AMB, revisitar o que escreveu no seu blog está longe de ser tempo perdido.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

IV JORNADAS RAIANAS

Cá está uma boa proposta para uma sexta-feira e um sábado de Outubro: as IV Jornadas Raianas. A inscrição custa 15 euros e garante jantar, dormida e...as actas do congresso. Vão ser apresentadas duas peças insculturadas inéditas da pré-história da região do Sabugal e Maria Jesus Sanches vai falar, na sexta, das estelas de Picote. Cá está uma oportunidade para recolher mais alguma informação e também para conhecer um dos pontos da nossa raia seca. E, claro, para provar o néctar e degustar a gastronomia da região...
Para quem quiser inscrever-se, as informações estão no site da Câmara Municipal do Sabugal. No caso de estarem interessados, há 4 lugares no meu carro para ir e voltar ao Sabugal, onde, diz o povo, "está o melhor castelo de Portugal".

E.Q.

NA SENDA DA DIVINDADE

Dentro do "programa das festas" que assinala o nascimento de uma tertúlia que se espera longeva, sugeri ao Madureira uma conferência informal com um amigo meu, jurista de profissão mas não muito, sobre um livro que editou este ano, "Na Senda da Divindade". Para além deste tema, já em si vasto, tenho a certeza que o F. Almeida Garrett será capaz de também fazer alguma luz sobre a ligação da arqueologia ao mundo do divino e sobre as sempre discutíveis fronteiras entre sagrado e profano. Já temos a confirmação de que virá à FLUP falar com a malta, falta apenas marcar o dia e a hora. O Francisco de Almeida Garrett - cujo antepassado é mesmo esse que estão a pensar que é... - foi autor também de, entre outras obras, "Inquérito Criminal e Prova em Julgamento", outro tópico eventualmente não tão distante como parece do objecto do nosso estudo... FAG irá ter como tópico da sua comunicação "A relação da arqueologia com Deus".
Eugénio Queirós

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O rio da memoria Arqueologia no Território do Leça



No âmbito das Jornadas Europeias de Património, a Câmara Municipal de Matosinhos inaugura no próximo dia 26 de Setembro (Sábado) pelas 18h00, na Galeria Nave dos Paços do Concelho a exposição “Rio da Memória: Arqueologia no Território do Leça”.

Esta exposição estará patente ao público até ao dia 30 de Dezembro.

Horário:

De Segunda a Sexta: 10h00 – 12h00 e 15h00 – 19h00

Sábados, Domingos e Feriados: 15h00 – 19h00

Visitas guiadas mediante marcação prévia

Informações: gmah@cm-matosinhos.pt

Ao longo de vários séculos o Rio Leça foi o traço unificador e o principal referencial identitário desta região que se estende desde o Monte Córdova até ao litoral atlântico. A bacia hidrográfica do Rio Leça constitui assim uma unidade geográfica natural que articula uma vasta área onde, desde a Antiguidade, a ocupação humana teceu uma densa rede de sítios e monumentos, que formam hoje um importante património cultural. No entanto nas últimas décadas, por diversos motivos, o Rio Leça foi perdendo o seu papel de referência desta região e tornou-se um quase obscuro curso de água praticamente desconhecido dos seus habitantes. Esta exposição pretende assim contribuir para devolver ao Rio Leça a sua importância como referência principal desta região.

Os diversos trabalhos de investigação arqueológica produzidos recentemente vieram ampliar, de forma significativa, o nosso conhecimento sobre a história desta região. A exposição “O Rio da Memória: Arqueologia no Território do Leça”, tem o objectivo de apresentar e divulgar junto dum público mais vasto e heterogéneo o património histórico-cultural desta região e a evolução do povoamento e da paisagem desde a pré-história até à Alta Idade Média.

Ao longo do período de exibição desta exposição decorrerão ainda diversas iniciativas paralelas que anunciaremos oportunamente.


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