domingo, 1 de novembro de 2009

NA SENDA DA DIVINDADE


Sendo a primeira iniciativa do GAP, a palestra interactiva marcada para hoje, segunda-feira, às 15 horas, na sala de reuniões da FLUP (piso 2), com Francisco de Almeida Garrett garante desde logo a presença de um homem do século XIX. O autor de "Na Senda da Divindade" é um ainda jovem jurista que tem provocado algum caos no sistema legal português, detectando-lhe hiatos e disparates, e irá ter como mote "a relação da Arqueologia com Deus", um mote apenas e mais nada. Só para abrir o apetite, aqui deixo uma sinopse do livro em epigrafe.


O presente documento versa sobre um tema universal, a divindade, e procura fornecer ao leitor uma chave que lhe permita pôr em ordem os seus pensamentos quando busca respostas para as questões que necessariamente coloca a si próprio: Quem sou eu?, De onde venho?, Para onde vou? Trata-se de uma composição literária em forma dialogada, concebida com a intenção de ser acessível ao homem mediano e de o fazer participar, com limitações embora, no debate filosófico acerca das chamadas provas da existência ou inexistência de Deus que foram alvo de discussão ao longo da história da filosofia. Prossegue ainda hoje, no mundo moderno, o debate sério e rigoroso do ponto de vista intelectual acerca dessas provas, ao contrário do que possam supor as massas, os simples e até as classes elevadas. O Deus sobre que versa a discussão é o Deus da filosofia, o Absoluto, e não necessariamente o Deus de qualquer específica religião, donde se segue que o texto desperta igual interesse em leitores ateístas, agnósticos e teístas de qualquer religião. Do Ocidente ao Oriente. Anexa-se, a final, uma pequena lista alfabética das individualidades e das figuras mitológicas focadas ao longo da obra, pouco mais de uma centena, fazendo-se de igual sorte a caracterização sumária das mesmas. Poucas são as barreiras que este livro coloca a quem procede à sua leitura: aqui e além aparece um argumento mais difícil de compreender, um preciosismo de linguagem, uma palavra menos comum, uma expressão latina. Mas basta ao leitor ter a paciência de avançar um pouco, porventura folheando o exemplar que tem na sua posse, e logo o texto se torna de novo bastante acessível. Uma pequena nota merecem as personagens do diálogo. Para além de um idoso de nacionalidade grega, Eurípedes, que tem a singularidade de ser um homem apaixonado pelas crianças do mundo inteiro, o conciliábulo compreende três personagens solitárias com diferentes perspectivas acerca da realidade – Alice, agnóstica, Gabriel, ateísta, e António, teísta -, que discutem lealmente, à luz da razão e não da fé, a hipotética existência ou inexistência de um ente divino. A conversação trava-se na famosa cidade de Atenas, mas afigura-se um pouco misterioso o exacto contexto em que ocorre: onde, quando, a que horas. É legítima a suposição de que se desenrola nas redondezas de um monumento sublime onde outrora desfilaram grandes génios das artes, da literatura e da filosofia.
II – PERSONAGENS DO LIVRO
Descrição que Alice faz de si mesma: “Sendo eu apátrida e solitária, pouco mais possuo para além da minha razão e da minha origem semita, em virtude da qual já dobrei os joelhos na poeira dos caminhos, suportando ameaças, opiniões e nomes”. Descrição de Eurípedes (efectuada por Alice): “É Eurípedes, um bom ser humano, acintoso embora, que conheci em tempos neste mesmo local. Surgiu-me, por entre a neblina, deslumbrante, alto e direito, barba fina e cumprida, de rosto escaveirado, pele ressequida, olhos cavados fundo nas órbitas, de onde brota uma esperança desmedida nas crianças deste mundo e na Organização das Nações Unidas”. Descrição que Gabriel faz de si próprio: “Sinto muitas vezes que me restam tão-só uns anos pela frente, porventura poucos, muito poucos. Sem esposa, sem filhos, sem fortuna pessoal, nada mais me resta senão aguardar pelo fim. E aguardarei com a firmeza de quem, em vida, cumpriu os seus deveres sem olhar a resultados. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem honesto”. Descrição que António faz de si mesmo: “Sendo eu um velho professor de aldeia, sem alunos nem ouvintes, pobre e filho de pobres, desde a mocidade habituado à dor e ao sacrifício, de muito pouco necessito para me sentir feliz. Tirem-me, porém, a divindade, e sentir-me-ei sem nada!”.
III – FILÓSOFOS EM CONFRONTO
Face às posições antagónicas que Alice, Gabriel e António manifestam relativamente à existência de Deus, são colocadas em confronto ideias de consagrados filósofos, entre os quais os seguintes: Anselmo, Tomás de Aquino e Hegel, citados por António (teísta); Marx, Engels e Feuerbach, citados por Gabriel (ateísta); Kant, Hume e Huxley, citados por Alice (agnóstica).

2 comentários:

  1. vejam um velhinho do livro da divindade e consigam detetar alguma coisa... impossivel perceber palavras tao dificieis .sofia

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  2. Percebe.se bem as palavras sofia se estas a falar do eurepides Acintoso e mau e brota e sai

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