quarta-feira, 18 de novembro de 2009

UMA ÚNICA PALAVRA



Profs. Byron Mcane e Israel Knohl © Hoggard Films/Catherine Yrisarri

Um achado invulgar ou simples fraude?

Ha coisas que, mesmo não estando relacionadas com Portugal, possuem algum interesse. É o caso de um novo documentário produzido pela National Geographic, que infelizmente ainda não parece estar inserido na programação do canal português. De momento o assunto está disponível no site da National Geographic http://channel.nationalgeographic.com/series/expedition-week/4290/Overview#tab-Overview. Trata-se de uma situação curiosa. Foi encontrada há cerca de 10 anos uma estela num mercado de antiguidades. Possui 87 linhas de texto em hebreu. Encontra-se agora guardada em Israel. Foi datada como sendo do séc. I a.C. e foi designada Pedra de Jeselshon. A sua leitura está a gerar uma grande controvérsia, especialmente no que respeita à leitura de uma única palavra, bastante apagada (há quem dia ser impossível ler). Até agora nunca foi seriamente estudada. Porém, uma inspeção recente gerou um certo alvoroço. Primeiro porque se trata de uma combinação invulgar. Em vez do vulgar pergaminho ou epígrafe, trata-se de uma estela em que a escrita foi feita com tinta e não por gravação. A leitura torna-se assim dificil, sendo que muita da escrita se encontra apagada. Em segundo pelo seu conteúdo. Muito do texto é sobre a visão do apocalipse transmitida pelo anjo Gabriel. Por volta da linha 80 o Dr. Israel Knohl leu algo bastante interessante. Se traduzido correctamente, o texto menciona um homem, Simão de Peraea, homem que se intitulou rei e redentor de Israel. Liderou revoltas contra Herodes e os romanos. Por volta de 4 a.C. Simão incendiou um dos palácios de Herodes, sendo capturado pouco depois e executado. O seu corpo foi deixado por enterrar, sendo o maior sinal de humilhação no meio judaico desta altura. É após esta leitura que a situação se complica. Segundo a leitura do Dr. Knohl, a pedra (que se encontra fragmentada) anuncia a ressurreição, três dias depois, do "messias" Simão. A História torna-se agora familiar. Anos antes do nascimento de Jesus, uma história semelhante à sua circulava, exactamente na mesma região. As opiniões sobre a veracidade da pedra obviamente divergem. Além disso, a leitura é ambígua. Porém, se comprovado, segundo Israel Knohl poderá fornecer o elo que falta entre judaísmo e cristianismo, mostrando que a situação pela que Jesus passou não era única. Resta agora comprovar a veracidade do achado, a confirmação da existencia de Simão (provavelmente pela escavação do palácio incendeado) e a confirmação da leitura. Esta história vem no seguimento quase oportuno de outras teorias recentemente apresentadas como a do Testamento secreto de Judas (também apresentado ao grande publico pela National Geographic). De qualquer forma acaba por se tornar num bom programa de fim de semana.

Este texto foi escrito com base no artigo disposto pelo site da National Geographic.

Sem comentários:

Enviar um comentário