sábado, 14 de novembro de 2009

Santa Cruz


                                                                     Réplica do Santa Cruz, Lisboa (foto André S.)


Ao falar de Santa Cruz não estamos, neste caso, a falar de uma terra, nem mesmo de uma caravela. Este Santa Cruz é bem mais recente e possui um motor Rolls-Royce e literalmente "carradas" de rebites em aço. Refiro-me ao famoso Hidro-Avião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Trata-se do modelo Fairey III D MK. 2 do qual o unico exemplar sobrevivente é exctamente o "Santa Cruz". Visto de perto, para um avião com cerca de 70 anos possui um aspecto imponente.

 A Aeronave

O Modelo Fairey foi desenvolvido e produzido pela Fairey Aviation, uma companhia Britânica, o primeiro exemplar, o Fairey IIIA e voou pela primeira vez em 1918. Foi encomendado pela Marinha Portuguesa para o lançamento de torpedos a partir do ar. Entre os exemplares encomendados chegou o "Lusitânia", o primeiro Fairey encomendado por Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Este possuía algumas alterações como a possibilidade de transportar os tripulantes lado a lado, uma maior envergadura e maior alcance. 
                                                


 Santa Cruz, Museu da Marinha

 Assim o modelo recebe o nome de F-400 Transatlantic. Chega a Portugal em Janeiro de 1922, mesmo a tempo de em Março levantar voo com os dois "pioneiros". Infelizmente o primeiro Modelo sofreria de complicações ao chegar perto da Costa Brasileira, despenhando-se nas de S. Pedro. Foi encomendado um outro F-400, mas tambem este acabou inutilizado. Eis que finalmente chega o "Santa Cruz", um F-402, também um modelo IIID. A Marinha encomendaria outros exemplares até que serem "retirados de serviço" em 1930.
  

Lusitânia a sair da barra do Tejo


O Fairey provou ao longo dos anos que serviu, ser um aparelho fiável permanecendo em uso em vários países, incluindo Portugal e Austrália. Tornou-se o aparelho mais famoso saído da Fairey Aviation, com um pequeno empurrão dos nossos aventureiros, que executaram a primeira travessia do Atlântico Sul, em 1922. Lindberg so voaria pelo Atlantico Norte em 1927, num avião com o cocpit fechado (enquanto o Fairey pouco protegia os tripulantes das intemperies). Para quem não poder visitar o "verdadeiro" pode sempre ver a réplica em tamanho real e em aço junto da torre de Belem .

Sem comentários:

Enviar um comentário