quarta-feira, 2 de junho de 2010

PARQUE TEMÁTICO NA ARRÁBIDA

A carta arqueológica da Arrábida, que abrange os territórios de Setúbal e de Sesimbra, deverá potenciar a criação de um parque temático da pré-história na serra do Risco, capaz de colocar em evidência os achados arqueológicos da idade do Bronze, que datam de há 3000 mil anos atrás, bem com outros vestígios da idade do Ferro, situados próximo do Portinho da Arrábida. Maria das Dores Meira, presidente da autarquia de Setúbal, considera que o desenvolvimento da carta arqueológica e do parque temático poderão “ajudar a reforçar a imaterialidade da Arrábida enquanto património mundial”, contribuindo decisivamente para a candidatura a ser apresentada oficialmente em 2011.
As declarações da autarca foram proferidas depois da assinatura de um protocolo de elaboração da carta arqueológica da Arrábida, em parceria com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Maria das Dores Meira explica que o município “teve de entrar com 15 mil euros no projecto”, algo só possível este ano, depois da inclusão da verba necessária em orçamento e da adjudicação imediata do trabalho. “Senão existirem muitas novidades, a elaboração da carta arqueológica de Setúbal deve demorar mais ou menos um ano”, acrescenta.
A elaboração da carta arqueológica de Setúbal surge na sequência da elaboração da congénere de Sesimbra. Augusto Pólvora, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, explica que “os achados da aldeia do Bronze extravasam os limites” do seu município, pelo que é “fundamental” que o trabalho entretanto efectuado seja “continuado em Setúbal, aprofundando e desenvolvendo um grande valor cultural e económico para a região”. O documento sesimbrense identificou na altura “300 locais de interesse”, nomeadamente a Roça do Casal do Meio, onde se encontram vestígios de uma cidade do Bronze, e substituiu um trabalho que havia sido produzido nos anos 70.
Com previsão de abertura para 2012 ou 2013, o novo parque temático vai obrigar os dois municípios “a um esforço avultado” ao nível do serviço educativo, embora, na sua totalidade, o custo “não seja tão alto assim”, dada a utilização de inúmeras grutas e outros espaços pré-históricos. “O concelho de Palmela também já tem conhecimento do assunto, assim como a associação de municípios, e aquilo que ambas as entidades desejam é que isto ande para a frente”, explica Maria das Dores Meira, reiterando que a elaboração da carta arqueológica é “de extrema importância para o território, uma vez que se constituirá como uma âncora fundamental para o desenvolvimento de Setúbal”.
Manuel Calado, coordenador da elaboração da carta arqueológica da Arrábida, explica, por sua vez, que o documento em causa “é uma ferramenta que se disponibiliza a políticos e outras entidades, com responsabilidades ao nível do território, no sentido de os ajudar a tomar decisões”. “É impossível perspectivar a cartografia arqueológica a reboque dos investimentos”, alerta. A Secretaria de Estado da Cultura vai associar-se igualmente ao projecto, facultando técnicos. Elísio Summavielle, secretário de Estado da Cultura, considera que o património histórico “é a verdadeira via de desenvolvimento mais sustentável para o país” e lança o desafio a diversas entidades para que, no próximo Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN), “se apresentem candidaturas no sentido de valorizar o património”.

in http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=12327

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