quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A ARQUEOLOGIA DA ARQUEOLOGIA

Esta imagem de José Leite de Vasconcelos a dormitar num comboio, provavelmente obtida por Manuel Heleno, é uma das muitas da monumental fotobiografia sobre o grande humanista, lançada em 2008 pela Verbo, com o patrocínio do Ministério da Cultura. "Com Leite de Vasconcelos extinguiu-se entre nós certa espécie de homens de saber, produto em larga parte de um ambiente de tranquilidade e de amadurecimento intelectual que os nossos dias não voltarão a conhecer", disse Orlando Ribeiro a propósito do Mestre. Não quero acreditar que assim seja. Embora a história da arqueologia esteja longe de ser a mais popular das disciplinas leccionadas nas nossas faculdades, gosto de pensar que esta espécie especial de Homens Grandes não desapareceu. Julgo mesmo conhecer alguns, embora afogados pela velocidade do tempo e erodidos por missões secundárias. Homens que raramente podem fazer o que fazia Vasconcelos: sonhar o conhecimento calmamente num comboio que adentrava este país. Fica a sugestão. Se puderem, percorram as 320 páginas da fotobiografia de José Leite de Vasconcelos (1858-1941).


Entretanto, retirei esta informação do boletim de amigos do Museu Nacional de Arqueologia (fundado por JLV):
Em 2010 irá dar-se início ao projecto de tratamento do Arquivo Pessoal de Manuel Heleno que visa promover a preservação, inventariação, identificação de conteúdos e disponibilização on-line desta colecção documental inédita do MNA, de especial relevância, pois nela está registada toda a informação respeitante à escavação dos sítios, desde a sua geomorfologia às observações de carácter estratigráfico, às associações de artefactos, apresentando plantas, cortes e alçados, em suma, as observações necessárias à contextualização dos materiais arqueológicos. Este acervo é constituído por cerca de 4121 espécies epistolares de 860 autores, 331 cadernos de campo, 17 relatórios de escavações e 127 envelopes de apontamentos.

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